Eu sou fascinado por coisas cósmicas. Saber o porquê das coisas! Questões fundamentais sobre de onde viemos, para onde vamos, etc. Certa vez surgiu a curiosidade sobre o que havia antes do Big Bang. Questionar isso pela primeira vez e pesquisar na internet quais as suposições mais aceitas foi frustrante, na verdade. De todas, com certeza a que a diz que a pergunta sequer faz sentido é a mais desanimadora de todas. Mas entendo. Me parece que perguntar o que veio antes considera um ponto de vista temporal, sendo que o próprio tempo nasceu junto com o Big Bang. Não possuímos maneiras de entender o momento exato do Big Bang, ou o que havia antes dele. Pelo menos não de um ponto de vista matemático. Para mim, isso é contra intuitivo. Faz sentido que tudo tenha uma origem. E se supomos que o Big Bang foi o início de Tudo, c.o.m.o a.s.s.i.m a.s c.o.i.s.a.s s.i.m.p.l.e.s.m.e.n.t.e e.x.i.s.e.m? É o que a humanidade tem pra hoje!
Esse texto surgiu apenas como resultado de um desejo de “conversar” sobre um assunto específico: o Princípio da Incerteza de Heisenberg. É um monólogo sobre coisas que de vez em quando vou pesquisando na internet. Não sou matemático, físico, químico, astrônomo, etc. Dessas matérias, talvez a que eu me interesso mais é a matemática.
A ciência, o entendimento sobre o mundo que nos cerca e os avanços da tecnologia permitem saber, por exemplo, que somos feitos de átomos. Indo mais fundo, sabemos que os átomos são minúsculas partículas vibrantes de matéria. Eles são compostos por uma parte chamada núcleo, bem pesada, e outra muito mais leve, os elétrons, que ficam girando em torno desse núcleo. Possivelmente você sabe disso.
Conhecer o formato, o peso, a posição e várias outras características da matéria permite realizar façanhas surpreendentes. Podemos lançar foguetes, pousar robôs em Marte e você pode receber internet por meio de processos de alta tecnologia que só foram possíveis depois de conhecermos bem os materiais e a forma como o universo interage com eles. Se estiver usando Wi-Fi, uma onda eletromagnética com uma frequência precisa está se propagando levando informação codificada. Cada um desses tópicos é motivo de pesquisa na ciência.
Entender o comportamento preciso das coisas permite realizar muitas coisas. Se um carro se movimenta a 80 Km/h, certamente em 1 hora ele terá percorrido uma distância de 80 Km. No mundo atômico, no entanto, não é bem assim. Conhecer como núcleos de átomos e elétrons se movimentam, a posição ou velocidade deles é uma tarefa bastante complicada.
Imagine que seu gatinho de estimação está perdido dentro de casa (para ser menos dramático, pode considerar que o gatinho resolveu se esconder por conta própria e está tudo bem com ele). Por alguma razão, no entanto, você precisa encontrá-lo. Digamos que é a hora do banho. De verdade, a razão não importa, você apenas gostaria muito de encontrá-lo e pegar ele. Além disso, seu gatinho está num momento silencioso.
Para pegar o gatinho, você precisa ver o gatinho. Isso é bastante óbvio, na verdade. Algum tipo de luz precisa chegar até ele, refletir, ser detectada por seus olhos e processada por seu cérebro. Com sorte, você vai ter informações suficientes sobre a posição do gatinho e finalmente pegar ele. Esse tipo de situação acontece com absolutamente qualquer coisa que você enxerga, incluindo este texto. A luz emitida pela tela cumpre a função de levar informações em tons de luzes e cores para o fundo, cada uma das letras, linhas, etc (a menos que você seja uma pessoa cega e esteja usando leitor de tela, o que me deixaria extremamente empolgado). Mas voltando ao seu gatinho perdido, conseguir saber onde ele está seria bom demais se não fosse uma característica fundamental desse bichano: ele é tão pequeno quanto uma partícula subatômica.
Por ser tão pequeno, a própria luz refletida pelo gatinho muda a posição dele. A fonte de luz, a energia carregada por esta luz, ao chegar no gatinho, muda o estado dele. Você só vai se se dar conta disso quando a luz chegar até você e você tentar pegá-lo. Infelizmente, a informação que você recebeu não é confiável. Quando você fosse pegar o gatinho, ele não estaria mais lá. Pior, você teria apenas uma vaga noção sobre o local para onde ele foi.
Se por uma acaso você está pensando em diminuir a força da luz para não empurrar muito o bichinho, sinto em dizer, mas talvez não seja uma boa ideia. Quanto mais fraca a luz, menos certeza você vai ter sobre a posição dele. É como procurar algo em um quarto escuro. Jogar uma luz muito forte para ter muita certeza sobre a posição dele também não resolveria seu problema. Quanto mais forte a luz, mais você vai vê-lo, mas vai empurar ele mais longe e mais forte.
Eu fico bastante intrigado com a problemática do relacionamento entre e você e seu gatinho. Gostaria de ajudar. Mas não consigo. Ninguém consegue, na verdade. Esse não é um problema de tecnologia. Pode imaginar que alguns séculos atrás, antes do desenvolvimento dos microscópios, nós não conhecíamos o mundo microbiano? Algumas doenças eram atribuídas às mais diversas causas, algumas até sobrenaturais. Felizmente, hoje já temos equipamentos capazes de enxergar bactérias e toda sorte de microorganismos. O problema resolvido pelos microscópios era um problema de tecnologia! Conforme o conhecimento em óptica, produção de lentes, e toda engenharia necessária foi evoluindo, conseguimos olhar microrganismos cada vez mais pequenos e com mais detalhes. Seu problema doméstico para encontrar o gatinho subatômico, como eu disse, não é problema de tecnologia. Não importa o quão bons sejam seus olhos, quão forte ou fraca seja sua luz. Se preferir, pode usar um sensor de luz, uma antena, ou qualquer outro detector (para pessoas cegas esses equipamentos seriam muito mais apropriados).
A maneira como partículas subatômicas se comportam, fugindo do nosso olhar, está intimamente ligada à maneira como o universo funciona. Esse é o Princípio da Incerteza de Heisenberg. Ele teve essa sacada no ano de 1927. É preciso degustar esse número. Mil novecentos e vinte e sete. Não faz tanto tempo assim. Talvez seus pais tenham nascido antes disso, muito provavelmente seus avós. A humanidade viveu milênios antes de descobrir essa limitação em conhecer sua própria existência. Se conhecer as características de combustíveis permite pousar robôs em Marte, se pudéssemos saber a posição de elétrons e outras partículas subatómicas poderia mudar completamente a forma como manipulamos a matéria. Imagine o quão fácil seria entender ligações químicas. Mas são apenas devaneios de minha parte. Isso é simplesmente i.m.p.o.s.s.í.v.e.l. Jamais saberemos. Repito, é uma caractística de como o universo funciona. Se seu gatinho subatômico não quiser vir até você, temos um problema.
Somos uma aleatoriedade cósmica, um punhado de átomos que se organizou de tal forma a manter memória das coisas, realizar suposições sobre o futuro e questionar a própria existência, ou será que algo maior está controlando tudo e nós simplesmente jamais saberemos enquanto estivermos nesse estado que chamamos de “vivo”?
Abraços!
Nesse texto preferi não incluir referências. Foi bem estilo livre. Uma forma de falar sobre um assunto que gosto bastante sem qualquer rigor. Se encontrar algo errado, sinta-se à vontade para entrar em contato. Ficarei feliz em corrigir.
A imagem destacada deste texto foi gerado pelo ChatGPT.