Terminei de ler o livro Astrofísica para Apressados, do autor Neil deGrasse Tyson. É um livro originalmente publicado em 2017. A edição que li é de 2023, da editora Planeta, traduziada para o português. O desejo de ler esta obra apareceu depois que eu li Respostas de um Astrofísico, também escrito por Neil (sobre este livro, deixei minhas impressões aqui: https://welyab.dev/2024/02/05/repostas-de-um-astrofisico/)

Com certeza o livro é um excelente ponto de partida para pessoas curiosas sobre nossa origem. Não apenas a origem dos humanos, de onde viemos, mas do universo como o conhecemos. De um ponto de vista cosmológico, já sabemos muita coisa, tudo baseado em evidências, observações e teorias muito bem testadas.

O livro não técnico. É relativamente pequeno e bem direto ao ponto. Consigo fazer alguns paralelos com o livro “Uma breve historia do tempo”, de Stephen Hawking, que é um livro fenomenal. Mas Neil traz uma visão cosmológica e mais resumida, e apresenta todos os argumentos que levam às conclusões aceitas na comunidade científica. O texto possui algumas pitadas de humor. Se o leitor estiver em conexão com esse tipo de conteúdo, será uma experiência muito agradável.

Big Bang, origem de galáxias, estrelas, planetas, elementos químicos e da própria vida são alguns dos temas abordados. Por exemplo, elementos químos como oxigênio, ferro, carbono, e qualquer outro, são gerados dentro de estrelas que, em algum momento, explodem e espalham seu conteúdo pela galáxia, gerando novas estrelas, planetas e asteroídes. Tudo que somos e somos e vemos, foi gerado dentro de uma estrela.

Uma das melhores passagens é quando Neil conta sobre a descorberta da radiação cosmica de fundo. Em 1965, Arno Penzias e Robert Wilson realizam experimentos com objetivo de testar comunicação via satélite e encontraram um ruído no sinal que vinha de todas as partes, não importava para onde apontassem a antena, Eles tentaram eliminar todas as fontes possíveis e conhecidas para esse ruído, incluindo ninhos de pombos na antena.

Esse ruído era a radiação cósmica de fundo, que havia sido prevista teoricamente ainda em 1940, mas nunca havia sido detectada. Uma equipe da universidade de Princeton estava pesquisando um mecanismo capaz de detectar essa radiação. Quando tomaram conhecimento do trabalho de Penzias e Wilson, logo entederam do que se tratava. Essa descoberta foi um marco na astrofísica, reforçou a teoria do Big Bang e avançou nossa percepção sobre o universo.

A ciência é uma construção sem fim, onde cada conhecimento adquirido serve como base para descobertas futuras. Neil, no entanto, deixa claro que, aos olhos da ciência, algumas perguntas não tem respostas, como o que havia antes do Big Bang, ou o que há além do universo que conseguimos enxergar com nossos melhores telescópios. Inclusive, considerando que o universo está expansão, em algum momento as luzes de galáxias não serão mais visíveis, pois elas estarão se asfatando umas das outras a uma velocidade maior que a da luz. Podem haver civilizações que sequer sabem da existência de outras galaxias por causa disso. O texto é repleto de mensagens como esta.

O livro é encerrado um capítulo excelente, chamado “Reflexões sobre a perspectiva cósmica”. Entre várias mensagens, são apresentados argumentos que destacam nosso papel no universo. De um ponto de vista cósmico, nossa percepção de auto importância é criada por nós mesmos, dentro de uma galáxia com outros 400 bilhões de estrelas (o Sol é apenas uma delas), em um niversos com trilhões de galáxias.

Recomendo fortemente a leitura. Seja curioso sobre nosso lugar no universo.

Astrofísica para Apressados é publicado no Brasil pela editora Pleneta, 2023. Tive a sensação que a montagem das frases ser um pouco diferente do que estou acostumado a ler. Como se a ordem das palavras, os conectivos, vírgulas, etc, estivessem dispostos de uma forma mais complicada que o necessário. Talvez tenha sido um problema da tradução. Além disso, encontrei alguns pequenos erros, incluindo um erro de impressão.

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Last Update: 14/02/2024